Apostas Esportivas & Saúde Mental:

Um alerta que começa no cuidado com as pessoas dentro das empresas

O crescimento das apostas esportivas no Brasil é um fenômeno impossível de ignorar. Nos últimos anos, o que antes parecia apenas uma forma de diversão se transformou em um mercado bilionário, que ocupa espaço em comerciais, redes sociais, clubes de futebol e, cada vez mais, na vida de muitas pessoas.

Por trás desse crescimento acelerado, existe uma preocupação real e urgente: quando o jogo deixa de ser entretenimento e passa a afetar diretamente a saúde mental, a estabilidade financeira e os relacionamentos das pessoas — inclusive no ambiente de trabalho.

Este não é um tema distante. É um assunto que atravessa empresas, equipes e relações profissionais, e precisa ser tratado com responsabilidade, empatia e, acima de tudo, informação.


Por que estamos falando sobre isso?

Porque as apostas esportivas, quando se tornam compulsivas, geram impactos que vão além da vida pessoal. Afetam rendimento, produtividade, relações interpessoais e o equilíbrio emocional das equipes.

E se a missão das empresas é, cada vez mais, cuidar de pessoas e promover ambientes saudáveis, então olhar para esse tema também é parte desse compromisso.


Como chegamos até aqui?

O caminho que trouxe as apostas esportivas até o centro da vida de muitos brasileiros começou com a regulamentação dessa atividade em 2018. De lá pra cá, o avanço tecnológico, a facilidade de acesso e o marketing agressivo tornaram as apostas uma prática comum — e muitas vezes, romantizada.

O problema é que, na prática, nem todo mundo consegue estabelecer um limite saudável. O que começa com pequenas apostas, muitas vezes evolui para uma relação de dependência, que impacta diretamente o bem-estar emocional, a vida social, as finanças e até o desempenho profissional.


Afinal, o que acontece no cérebro de quem desenvolve dependência em apostas?

O vício em apostas não é sobre falta de força de vontade. É um problema sério de saúde mental, reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um transtorno comportamental.

O funcionamento é semelhante a outros tipos de dependência, como álcool ou drogas. O cérebro é ativado pelo sistema de recompensa, liberando grandes quantidades de dopamina — o neurotransmissor que gera a sensação de prazer e satisfação.

Mas aqui mora o perigo: com o tempo, o cérebro passa a precisar cada vez mais desse estímulo para sentir prazer. E isso vem junto com perda de controle, impulsividade, ansiedade, insônia, irritabilidade e, muitas vezes, depressão.


Quais os sinais de alerta?

Dentro das empresas, é possível — e necessário — estar atento a alguns comportamentos que podem indicar que um colaborador está passando por dificuldades relacionadas às apostas:

  • Queda repentina na produtividade;
  • Desatenção, esquecimento, perda de prazos e erros frequentes;
  • Uso excessivo do celular, especialmente em sites e aplicativos de apostas;
  • Oscilações de humor, ansiedade, irritabilidade ou isolamento;
  • Comentários recorrentes sobre apostas, perdas ou dívidas;
  • Solicitação de empréstimos a colegas ou dificuldades financeiras visíveis;
  • Sintomas físicos, como insônia, cansaço extremo ou crises de ansiedade.

E quais são os impactos reais?

Quando não olhamos para isso com seriedade, as consequências aparecem — e são profundas.

🔸 Financeiros: dívidas, comprometimento da renda, dificuldade para honrar compromissos e até risco de endividamento familiar.
🔸 Psicológicos: ansiedade, estresse, irritabilidade, depressão e, em casos mais severos, pensamentos suicidas.
🔸 Relacionamentos: isolamento, conflitos familiares, desgaste com colegas e prejuízo nas relações interpessoais.
🔸 Profissionais: queda no desempenho, desmotivação, afastamento e, muitas vezes, desligamento.


Qual é o papel das empresas nesse cenário?

Nenhuma empresa está imune a esse desafio. E o RH, junto com as lideranças, tem um papel fundamental na construção de ambientes de acolhimento, prevenção e suporte.

✔ O que as empresas podem (e devem) fazer:

  • Promover informação e conscientização: falar sobre isso de forma aberta, responsável e sem julgamentos é o primeiro passo.
  • Capacitar líderes e equipes: ajudar as lideranças a identificar sinais de alerta e a conduzir conversas difíceis com empatia e respeito.
  • Oferecer apoio psicológico: disponibilizar canais de acolhimento, parcerias com terapeutas e acesso facilitado ao cuidado com a saúde mental.
  • Construir políticas claras: ter diretrizes que orientem condutas, garantam segurança psicológica e ofereçam suporte real.
  • Estimular uma cultura de bem-estar: quando as empresas investem no desenvolvimento emocional e na saúde mental das pessoas, fortalecem não só o indivíduo, mas toda a organização.

Prevenção também é cuidado

Cuidar da saúde mental é, acima de tudo, gerar pertencimento, segurança e responsabilidade compartilhada. E quando falamos de prevenção ao vício em apostas, estamos falando de uma ação que começa no coletivo, mas que transforma individualmente.

👉 A informação salva. O acolhimento transforma. A responsabilidade coletiva constrói ambientes mais saudáveis, humanos e sustentáveis.

PENSECOM — porque transformar pessoas também transforma empresas.

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