Por muitos anos, líderes atribuíram a rotatividade principalmente ao salário. A lógica era simples: se as pessoas saem, é porque encontraram uma remuneração melhor.
Mas a verdade é bem mais complexa — e bem mais perigosa.
A maior parte dos profissionais não abandona um salário, mas sim abandona a falta de interesse.
Quando o trabalho perde significado, quando reuniões viram formalidades, quando ninguém aprende algo novo há meses… o tédio se instala.
E quando ele chega, ele corrói a motivação com a mesma força que o burnout — mas de forma silenciosa, invisível e muitas vezes ignorada.
Esse fenômeno tem nome: boreout, ou “síndrome do tédio extremo”.
É o oposto do burnout, mas os dois têm o mesmo impacto: desengajamento, queda de performance e, por fim, turnover.
1. O tédio é o verdadeiro motivo por trás de muitas demissões
Um colaborador pode continuar indo ao escritório, comparecendo às reuniões e cumprindo tarefas, mas já ter se desconectado emocionalmente do trabalho há muito tempo.
É o que chamam de quiet quitting, mas nem sempre por resistência — e sim por monotonia.
O que leva ao pedido de demissão, na maioria das vezes, não é a falta de salário.
É a falta de interesse, variedade, desafio e propósito.
Profissionais deixam empresas quando sentem que deixaram de aprender, deixaram de evoluir e deixaram de ser ouvidos.
E isso afeta toda a operação: equipes mais lentas, decisões piores, menos inovação e um clima organizacional cada vez mais frágil.
2. A ciência mostra: o que retém pessoas não é salário — é aprendizado
Pesquisas da Gallup mostram que profissionais que têm oportunidades reais de aprender e crescer têm 2x mais chances de permanecer na empresa.
E quando essas oportunidades desaparecem, eles começam a buscar alternativas.
O cérebro humano é movido por curiosidade.
Quando as atividades se tornam mecânicas, previsíveis e repetitivas, a dopamina despenca — e com ela, o entusiasmo.
Sem estímulo intelectual, até os melhores talentos começam a perder brilho.
3. A raiz do problema: desafios insuficientes
Em muitas empresas, o sucesso operacional cria uma armadilha.
Um colaborador muito bom em uma tarefa tende a ser sempre direcionado para ela.
E o que começa como reconhecimento… vira repetição.
A longo prazo, isso mata a motivação.
O problema, portanto, não é falta de ambição.
É falta de novos desafios.
Quando as pessoas deixam de se sentir úteis, criativas e desafiadas, elas deixam — aos poucos — de se sentir parte da empresa.
4. Autonomia, competência e conexão: a tríade ignorada pelas lideranças
Os psicólogos Edward Deci e Richard Ryan identificaram três necessidades fundamentais para o bem-estar no trabalho:
-
Autonomia: poder decidir e contribuir.
-
Competência: sentir-se capaz e em evolução.
-
Conexão: ter relações de confiança e pertencimento.
Quando esses três elementos falham, a motivação desaba — mesmo com salário competitivo ou benefícios modernos.
A ausência de um desses pontos já cria desgaste.
A falta dos três leva diretamente ao boreout.
5. O efeito dominó: como o tédio se espalha pelas equipes
O desengajamento raramente começa como uma explosão. Ele vem como:
-
menos brilho nos olhos,
-
menos sugestões,
-
menos participação,
-
mais foco em cumprir tarefas do que em melhorar processos.
Esse comportamento se espalha pela equipe.
Quando um profissional para de se importar, o restante sente — e o clima pesa.
6. O papel da liderança na prevenção do boreout
Muitos líderes acreditam que motivação é traço de personalidade.
Mas motivação é ambiente.
O colaborador que não é ouvido, cujas ideias são ignoradas, que recebe sempre o mesmo tipo de tarefa… perde energia.
Os melhores talentos são os primeiros a sentir essa perda de propósito.
Não adianta oferecer benefícios superficiais se o que falta é estímulo intelectual.
Curiosidade e motivação caminham juntas.
E cabe à liderança criar um ambiente que incentive perguntas, trocas, experimentação e autonomia.
Ações simples fazem grande diferença:
-
alternar projetos entre equipes,
-
solicitar sugestões antes de decisões,
-
variar responsabilidades,
-
criar pequenos desafios semanais,
-
incentivar a troca entre áreas.
7. Como identificar que o tédio já está infiltrado no time
Os sinais aparecem muito antes da demissão:
-
Participação mínima nas reuniões
-
Falta de brilho ou entusiasmo ao apresentar resultados
-
Falta de novas ideias
-
Comentários como “tanto faz” ou “como você preferir”
-
Cumprimento estrito do mínimo da função
-
Apego exagerado à rotina (medo de mudanças)
Líderes atentos percebem cedo. Líderes ausentes descobrem tarde — geralmente numa entrevista de desligamento.
8. O que as empresas podem fazer para reverter essa realidade
Para combater o boreout, é fundamental criar um ambiente que:
- Valorize desafios constantes
Trabalhos repetitivos precisam de ciclos de rotação ou de evolução.
- Torne o aprendizado parte da cultura
Desenvolvimento não pode ser evento — precisa ser rotina.
- Fortaleça o clima organizacional
Clima é a base da motivação. Quando o clima é ruim, o tédio cresce mais rápido.
- Dê autonomia e espaço para protagonismo
Quanto mais a pessoa sente que pode decidir, inovar e contribuir, mais engajada fica.
- Conecte as pessoas ao propósito
Profissionais querem saber porquê fazem o que fazem.
9. E onde entra a PENSECOM nessa transformação?
A PENSECOM atua exatamente nos pilares que evitam a instalação do boreout e que elevam o engajamento:
- Diagnóstico de Clima Organizacional
Identificamos os sinais invisíveis de desmotivação, tédio e perda de engajamento antes que se tornem turnover.
- Trilhas de Desenvolvimento e Treinamentos Práticos
Reacendemos o aprendizado, a curiosidade e a sensação de evolução constante.
- Estruturação de Cultura e Propósito
Ajudamos a construir culturas que mantêm as pessoas conectadas ao sentido do trabalho.
- BPO de RH e processos de Gestão de Pessoas
Organizamos fluxos que evitam sobrecarga, repetição e rotinas desgastantes.
- Programas de Liderança
Desenvolvemos líderes capazes de engajar, desafiar e inspirar suas equipes.
Quando clima, cultura, liderança e desenvolvimento caminham juntos, o tédio não encontra espaço.
10. Conclusão: o tédio é silencioso, mas devastador — e pode ser prevenido
O boreout não aparece de um dia para o outro.
Ele é construído com meses (ou anos) de monotonia, falta de estímulo e ausência de reconhecimento.
Empresas que ignoram esse sinal correm o risco de perder seus melhores talentos.
Empresas que compreendem o fenômeno constroem culturas mais engajadas, performáticas e sustentáveis.
A chave não é manter as pessoas ocupadas.
É mantê-las interessadas.
CTA – Chamada para Ação
Se você quer entender se o tédio já está afetando suas equipes, fortalecer seu clima organizacional e construir um ambiente realmente motivador, a PENSECOM pode te ajudar.
👉 Clique aqui e fale com nossos especialistas.
Vamos transformar o engajamento do seu time antes que o boreout faça isso por você.






