Os Desafios da Saúde Mental Feminina no Brasil: Um Panorama Revelador

Os Desafios da Saúde Mental Feminina no Brasil: Um Panorama Revelador

Em um cenário marcado por problemas financeiros, jornadas de trabalho extenuantes, pressão estética, discriminação de gênero e sobrecarga doméstica, as mulheres brasileiras enfrentam desafios significativos em relação à sua saúde mental. De acordo com um estudo realizado pela Think Olga, uma ONG voltada para questões de gênero, 45% das mulheres no Brasil receberam diagnósticos de ansiedade, depressão ou outros transtornos mentais. Neste artigo, exploramos as principais causas desse adoecimento e os fatores que contribuem para essa realidade alarmante.

1. Pressões Financeiras e Profissionais: As áreas financeira e profissional emergem como fontes de grande incômodo para as mulheres. Dívidas, salários baixos e uma carga de trabalho esmagadora afetam diretamente sua saúde mental. Atualmente, 60% das mulheres desejam melhorar sua situação financeira, enquanto 30% aspiram a mudanças em suas vidas profissionais. A diretora da Think Olga, Maíra Liguori, ressalta a importância do aspecto profissional na saúde mental das mulheres, destacando sua relevância na estrutura social.

2. Desigualdade Salarial: A disparidade salarial entre homens e mulheres continua a prejudicar a saúde mental das mulheres, com impactos mais severos nas mulheres das classes D e E, jovens, LGBTQIA+ e mulheres pretas e pardas. A busca por igualdade de remuneração é uma questão premente para a saúde mental das mulheres.

3. Áreas de Insatisfação: O estudo revela que as mulheres não estão satisfeitas em várias áreas de suas vidas. As maiores taxas de satisfação, em torno de 30%, estão nas relações familiares e amorosas. Em contrapartida, a satisfação com a situação financeira e a conciliação entre diferentes áreas da vida é notadamente baixa, com índices de 14% e 21%, respectivamente. A satisfação com o trabalho situa-se em 22%, enquanto a saúde emocional alcança 24%.

4. Principais Fontes de Insatisfação no Trabalho: As mulheres relatam insatisfação devido a remuneração baixa, sobrecarga de trabalho doméstico, falta de reconhecimento, jornadas excessivas, ausência de plano de carreira e um ambiente de trabalho competitivo. Além disso, 11% delas têm medo de serem demitidas.

5. Outros Fatores Impactantes na Saúde Mental: Além das questões profissionais e financeiras, a saúde mental das mulheres também é afetada por problemas financeiros, luto, dívidas, doenças físicas, pressão estética, relações sociais tóxicas, dependência financeira, uso excessivo de redes sociais, atitudes machistas, pressões familiares, falta de apoio do parceiro(a), medo de julgamento, problemas conjugais, responsabilidades com filhos e falta de rede de apoio.

6. Iniciativas para o Cuidado da Saúde Mental: O estudo revela que mais de 90% das mulheres reconhecem a importância da saúde mental e 76% estão dedicando mais atenção a ela, especialmente após a pandemia. Entre as estratégias de cuidado mental mais adotadas estão atividades físicas, prática religiosa ou espiritual, tempo com familiares e amigos, alimentação saudável, contato com a natureza, hobbies que promovem bem-estar e terapia.

Para lidar com os desafios da saúde mental feminina, é necessário um esforço coletivo que envolva não apenas as próprias mulheres, mas também homens, empresas e o governo. A busca por igualdade financeira e oportunidades profissionais justas é crucial para aliviar o sofrimento das mulheres e promover uma melhor saúde mental para todas.

Bia Camargo

Influenciadora Digital I COMUNICAÇÂO PENSECOM Inteligência em Recursos Humanos